Tópico 21 - portfólio de devaneios : janeiro 2014

28/01/2014

Jukebox #Para Começar o Ano

Ainda estou me acostumando com o universo dos blogs, logo não deixo passar nenhuma deixa. Compartilho com vocês as cinco músicas que descrevem a energia do meu começo de ano (sim, sou uma montanha russa). Espero que gostem, lembrem, conheçam.                 

E ai, o que acharam? 

20/01/2014

(SDDS) São Paulo

 Moro em uma cidade quieta demais que de fora já vi chamá-la de interior, apesar de que pela vila a conhecemos como região metropolitana. Quem sabe se eu pudesse confessar, exaltaria de âmbar e rosa minha impiedosa vontade de deixar o arroz no fogo sem pensar muito, tomando quase que de imediato um táxi capaz de me deixar na estação pronta a partir por liberdade. Contando pouco menos que quatro meses atrás, lembro-me que em uma quinta-feira cor de anil, vesti o melhor conjunto de blazer e shorts - como costumo usar - e sem precisar discutir arroz ou o que pudera impedir, parei no centro do apartamento com cheiro de alecrim e hortelã. De certa forma cheirava estranho.  
Percebi às dezoito horas ter sido carregada à uma obra de Caio Fernando Abreu, ao lado do dragão de o esperado, Os Dragões Não Conhecem o Paraíso, em seu momento de provar a todos que não exalava mofo, cavalos depois de corridas ou cachorros em dias de chuva, olhando no fundo de olhos azuis inocentes, seguido de uma série de lembranças. Em determinado ponto da República, sem explicação racional, tenho a sensação de estar próxima ao conto Os Sobreviventes, vindo logo à cabeça uma estante de livros bagunçada e sem fundo - daquelas que se usa para dividir galpão - onde de cada lado há um dos dois, olhos nos olhos, tentando iniciar um amor docinho e forçado ao som de Joplin. Já em O Rapaz Mais Triste do Mundo flanam pelo Brás, São Paulo é sempre cenário e personagem, em pele de protagonista ou antagonista e digo que quem olha da sacada de um sexto andar da vila Olímpia sabe à que me refiro.  
Dando pé para a história, é no cinza que me desejo plena e se der overdose corro para o litoral, afinal e como de praxe, vivo em uma batalha para abrir as mentes alheias, por reciprocidade sem frescura, pois não posso correr o risco de me perder nesse mar de caretice. Saudades São Paulo, peço toda noite como se fosse deus que me leve para suas linhas de conforto. Não possuir dom em desvendar futuros não me priva da imensurável curiosidade e dedução do que vai me acontecer por aquelas bandas, então que seja doce e rápido. De final só precisava registrar que amo essa cidade, na qual me sento com Caio pelos cafés, o que me cria mais centenas de razões para amar à ambos.